Em uma expansão onde mágicas multicoloridas estão em alta, esperava-se que Tarkir: Dragonstorm trouxesse um novo ciclo de Tri-Lands raras para o Standard.
O set, de fato, trouxe um ciclo de Tri-Lands: os terrenos originais de Khans of Tarkir como Mystic Monastery para corrigir uma base de mana que, convenhamos, já está muito bem estruturada com a abundância de duais raras presentes no Standard hoje: as Fast Lands, Surveil Lands, Pain Lands e Verges permitem jogar com arquétipos de três, ou até quatro cores sem tantas dificuldades.
Então, para a surpresa da comunidade, o retorno a Tarkir não trouxe um ciclo de duais ou sequer de manafixing no seu ciclo de terrenos raros, mas um ciclo de cards que se importam em ter tipos de terrenos na mesa e que possuem valor utilitário recorrente. Enquanto não existe um nome para elas, podemos batizá-las de Tarkir Lands.
Neste artigo, vamos explorar o potencial de cada uma delas para os principais formatos competitivos de Magic!
Tarkir Lands - Análise

Metade terreno, metade ação para jogos longos, esse ciclo se compara a outros que já tivemos em Magic antes, como os Castelos de Eldraine como Castle Locthwain ou, mais recentemente, os terrenos de Modern Horizons 3 como Arena of Glory. Eles também são parcialmente comparáveis com o ciclo de terrenos utilitários de Innistrad e com os Desertos de Hour of Devastation como Ramunap Ruins.
Cada um deles possui uma habilidade específica que se encaixa parcialmente com o que sua cor demanda, enquanto também interage com o tema e proposta de cada um dos clãs de Tarkir, mas sob a condição de que é necessário um dos dois outros tipos de terrenos das cores do clã para habilitá-los.
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Obviamente, esta condição fica mais fácil de burlar conforme mais cards com tipos de terreno são inseridos nos formatos. O Standard conta hoje com as Surveil Lands e também com Overlord of the Hauntwoods para habilitá-los com mais facilidade em arquétipos multicoloridos, mas é a partir do momento em que elas entram nos formatos com Fetch Lands que elas se tornam facilmente comparáveis com outros cards que sucederam no Magic competitivo por essa interação.
Resta a dúvida se essas interações e a flexibilidade de suas habilidades as tornarão tão úteis quanto alguns dos terrenos que se destacaram entre esses ciclos foram no Magic competitivo, e para chegarmos a uma conclusão sobre elas, é necessário avaliá-las uma por uma.
Dalkovan Encampment

O terreno branco do ciclo, Dalkovan Encampment se importa com o jogador ter uma posição mínima de mesa para extrair vantagem dele, tecnicamente tornando-o mais útil para decks Aggro, Midrange proativos, e principalmente quando já se está à frente na partida.

No Standard, não faltam potenciais arquétipos para esse card, mas a base de mana do formato não necessariamente recompensa utilizá-lo com arquétipos multicoloridos no momento. Arquétipos como Boros/Jeskai Convoke ou até o Boros Mice são estratégias que se beneficiam de uma cópia de Dalkovan Encampment, sem contar a possibilidade de um Mardu ou Jeskai Aggro no pós-lançamento de Tarkir para tirar proveito do card.
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As mesmas propostas valem para o Pioneer, talvez com a pequena relevância dele ser passível de entrar em arquétipos como Mardu Greasefang como one-of para quando precisamos atacar com Fear of Missing Out em cima de um oponente tentando travar demais o combo. Além disso, vale registrar que, assim como a habilidade de Mobilize, as fichas criadas pelo terreno são sacrificadas no fim do turno, o que permite algumas interações com Mayhem Devil e similares.

O verdadeiro potencial para Dalkovan Encampment pode estar no Modern. Além da interação com Fetch Lands que permite que o terreno entre desvirado com facilidade, ele é outra potencial ferramenta para o Boros Energy em jogos mais longos. O terreno precisa de apenas uma criatura atacando para gerar fichas, e o Boros tende a sempre ter pelo menos uma criatura na mesa.
A importância dele, entretanto, está nas interações: quando as duas fichas entram, elas podem desencadear o ganho de vida de Guide of Souls e colaborar para o City’s Blessing de Ocelot Pride. Na etapa final, é possível organizar os triggers de Ocelot e do terreno para que as fichas criadas sejam copiadas antes de serem sacrificadas. Adiciona na soma as possibilidades com Goblin Bombardment e o card fica ainda mais atrativo, visto que eles podem puxar mais quatro de dano por conta própria, ou remover criaturas pequenas da mesa antes do bloqueio todo turno.

Dalkovan Encampment compete principalmente com Arena of Glory nos slots de terrenos do Boros Energy. As interações com Phlage, Titan of Fire’s Fury tornam da Arena muito mais atrativa para o potencial explosivo do deck, enquanto Encampment se beneficia mais de jogos mais longos onde ele oferece atrito constante com Goblin Bombardment e uma criatura atacante, e com uma média de três Arena of Glory no maindeck hoje, é possível que jogadores abdiquem de uma cópia em prol de outra ferramenta de atrito em jogos mais longos.
Mistrise Village

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Mistrise Village lê-se, essencialmente, como um passe livre para fechar o seu combo enquanto passa por cima dos Counterspells do oponente. O primeiro lugar onde ele deve se tornar uma staple é no cEDH, mas este é longe de ser o único.

Já é evidente que Tarkir: Dragonstorm pode proporcionar um impacto gigantesco no Metagame do Standard e ser a expansão mais importante do formato desde Duskmourn, mas dentre os principais arquétipos disponíveis hoje, o Omniscience Combo facilmente “gastaria” um turno a mais para resolver um Abuelo’s Awakening se isso significar passar por cima de Spell Pierce ou qualquer outro counterspell do formato.
O mesmo pode facilmente se aplicar para outros possíveis combos do Metagame atual, ou de combos que ainda podem surgir com a nova expansão. Sem contar a possibilidade dela garantir que as “mágicas-bombas” do formato resolvam.

A mesma lógica se aplica ao Pioneer, mas os requerimentos de cor e mana de Mistrise Village somado com o acesso a Thoughtseize podem dificultar um pouco a inclusão do terreno em qualquer lista de combo. Arquétipos como os de Greasefang têm nas cores Esper a combinação de menos sucesso no atual Metagame, enquanto Transmogrify e Indomitable Creativity precisariam voltar para as versões Izzet para extrair valor do terreno.
Os maiores vencedores no Pioneer serão possivelmente Quintorius Kand e o Lotus Combo, além, óbvio, dos decks azuis do atual Metagame, como as listas de Bounce ou o próprio Azorius Control, que pode usar Mistrise Village para resolver um Teferi, Hero of Dominaria nas mirrors de Control.

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Apesar das potenciais chances de banimentos, não podemos desconsiderar a possibilidade de um no changes para o Modern em 31 de março e as chances de Mistrise Village servir principalmente para fazer uma parte crucial do combo de Underworld Breach resolver sem se preocupar com Counterspell, da mesma forma que Goryo’s Vengeance pode ser utilizado da mesma maneira e com o bônus de devolver a criatura do cemitério no fim do turno do oponente e sem interrupções.
Além deles, enquanto raro que Breeding Pool seja usado nas listas de Temur Eldrazi, o arquétipo não tem problemas com um splash de com Utopia Sprawl ou Talisman of Curiosity, e ter um terreno que interage com Stomping Ground e com as florestas básicas enquanto também garante que sua bomba Eldrazi e/ou Karn, the Great Creator resolvam é uma vantagem considerável, apesar do arquétipo já contar com Cavern of Souls para o primeiro caso e não se arriscar a usar muitas cópias dele.

Com a mana perfeita do Legacy, o novo terreno deve aparecer primariamente nas listas de Show and Tell e Mono Blue Painter’s Servant que cresceram no Metagame com Stock Up nos últimos meses, mas há uma quantia considerável de outros cards que o oponente não gostaria que resolvessem no formato e Mistrise Village passa por cima da interação primária do formato, Force of Will, mas com o detrimento de ser um alvo fácil para Wasteland ou Blood Moon.
Great Arashin City

Great Arashin City parece condicional demais para ter impacto competitivo relevante, e teria sido muito mais eficiente se exilasse cards do cemitério de um jogador ao invés de apenas do seu. é um custo muito alto para interagir apenas com seu cemitério e apenas com cards de criaturas, apesar de existirem algumas interações possíveis com ele.

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Os decks de Ketramose, the New Dawn podem ser um dos potenciais arquétipos onde o novo terreno tem espaço. Provavelmente não no Modern, onde Relic of Progenitus já faz o seu trabalho, mas no Pioneer e Standard onde as listas não possuem tantos meios de se alimentar com o próprio cemitério, transformando Great Arashin City em um pseudo-Castle Locthwain com benefícios e sob um custo relativamente baixo de deckbuilding, já que se espera usar uma quantia considerável de Planícies em um deck .
Insidious Roots é o outro card que poderia se beneficiar de Great Arashin City por interações parecidas com as de Ketramose: o terreno, por conta própria, retira cards de criaturas do seu cemitério, desencadeando o encantamento uma vez por turno. No entanto, ainda falta alguma coisa para os arquétipos de Roots ascenderem ao Metagame competitivo, e o terreno provavelmente não é a peça necessária.
Cori Mountain Monastery

Se existe algum espaço no Magic hoje para Cori Mountain Monastery, é provavelmente no Standard e no Pioneer, mas outros terrenos utilitários têm efeitos mais relevantes e/ou mais baratos: é preferível pagar para ter uma Den of the Bugbear ou
para causar dois de dano com Ramunap Ruins antes de pagar o mesmo custo para gerar um “draw” extra por turno.
Por outro lado, Castle Locthwain foi o card com maior sucesso competitivo dentre os castelos de Eldraine, e o terreno vermelho de Tarkir oferece a mesma possibilidade de vantagem em cartas, mas com um custo um pouco maior. No entanto, Lochtwain está em uma cor majoritariamente voltada para Midrange e Control enquanto Cori Mountain Monastery protagoniza combinações de cores comumente agressivas, principalmente com um efeito de valor que requer utilizar o card no turno seguinte.
No Standard, ele talvez ocupe a função de Castle Locthwain nos Midranges com vermelho do Metagame, especialmente se Jeskai/Mardu/Temur Dragons for uma estratégia viável, mas não limitada apenas a eles: listas como Boros Mice também podem aproveitar o card como one-of para jogos mais longos - que não são ideais, mas acontecem com mais frequência do que os jogadores de Aggro gostariam.
Os decks com vermelho no Pioneer hoje são divididos em muitas categorias. O Rakdos Demons possui cards melhores para esse slot com Castle Locthwain, mas o Izzet Phoenix, com uma base de mana que comporta o terreno desvirado, pode aproveitá-lo como um one-of para jogos mais longos onde ele precisa assumir um pouco mais a postura de próxima de "Control", já os Aggros vermelhos como Rakdos Prowess e Atarka Gruul, o custo de parece alto demais.
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Kishla Village

Kishla Village é um card estranho: ele é manipulação de topo no verde. A cor já tem como característica habitual colocar cards no cemitério desde Mulch, mas costuma fazê-lo sem a possibilidade de selecionar cards para ficar no topo, e o terreno é uma espécie de Castle Vantress para essa cor.
Interações óbvias incluem Delve, Flashback ou qualquer card que possa alimentar-se diretamente do cemitério por alguma razão, como o Golgari Self-Mill que Zevin Faust popularizou após seu resultado no Pro Tour Aetherdrift.
Em fins práticos, Kishla Village é um card de Midrange. Ele parece feito para um Golgari Midrange ou qualquer variante do gênero que possa beneficiar-se da manipulação de topo para achar as respostas ideais, tornando-o um dos mais versáteis entre os terrenos, mas também um dos mais difíceis de avaliar onde exatamente podemos encaixá-lo: além da inclusão já mencionada nos Midranges com verde e estratégias que se alimentem do cemitério, decks de Abzan Greasefang, Okiba Boss podem querer uma cópia para jogos mais longos.
Na primeira impressão, o custo de para ativar aparenta alto demais para o card valer slots nos decks do Modern que poderiam aproveitá-lo, e o mesmo se aplica para o Legacy.
Concluindo
Isso é tudo por hoje!
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