No formato Commander, a escolha do comandante define o ritmo e a estratégia do deck. Com o lançamento de Aetherdrift, uma coleção focada em velocidade e corridas, nada mais justo do que explorarmos uma comandante com um ritmo acelerado!
Samut, the Driving Force é uma das mais novas lendárias dessa coleção, com um sistema de aceleração de jogo baseado na mecânica de speed.
No artigo de hoje, analisaremos as principais sinergias e interações que permitem maximizar o potencial dessa comandante, explorando formas de melhor utilizar essa nova mecânica.
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Samut: a comandante!
Para começar a falar de Samut, the Driving Force, precisamos entender sua mecânica principal: Speed. Introduzida em Aetherdrift, os cards que interagem com essa mecânica possuem duas palavras-chave. A primeira é Start your Engines!, um nome curioso para Samut, já que sua arte não a mostra em um veículo ou motor, mas sim correndo com as próprias pernas.

Start your Engines! é simplesmente o gatilho inicial da mecânica. Ao ser ativada pela primeira vez na partida, ela ajusta sua velocidade (speed) para 1. A partir daí, uma vez por turno, quando o oponente perder vida, sua velocidade sobe em um ponto, até o máximo de 4. Esse aumento pode ocorrer já no turno em que Samut entra em campo. O outro aspecto da mecânica é o Max Speed, que representa sua velocidade máxima em 4.
É aí que a mecânica se torna um problema e, até mesmo, uma contradição. Para um efeito que simboliza velocidade e performance em uma corrida, são necessários três turnos cumprindo requisitos específicos para atingir sua velocidade máxima.
Speed não usa marcadores, mas sim uma pontuação imaginária que se desenvolve ao longo dos turnos. Isso significa que a mecânica não interage com efeitos como proliferar, o que limita suas possibilidades de aceleração.
Apesar disso, Samut, the Driving Force é uma comandante extremamente interessante de se explorar. Seu diferencial é que ela não depende exclusivamente do Max Speed para ser relevante, tirando valor de cada ponto de velocidade e gerando vantagens progressivas ao longo do jogo.
Seu primeiro efeito concede +X/+0 a suas criaturas, sendo X sua velocidade. Ou seja, assim que entra em campo e ativa a mecânica de velocidade, colocando-a em 1, Samut já concede um bônus global de +1/+0 para todas as suas criaturas. Esse bônus cresce conforme sua velocidade aumenta.
O segundo efeito reduz o custo de mágicas não criaturas em X, novamente de acordo com sua velocidade. Assim, Samut, the Driving Force interage muito bem tanto com criaturas quanto com feitiços e encantamentos, permitindo aproveitar sua mecânica para criar vantagem no campo de batalha.
O Deck
Samut, the Driving Force é uma comandante Naya, ou seja, combina as cores vermelho, branco e verde.
De imediato, a ideia de assimilar Enchantress, um tema tradicionalmente associado ao branco e verde, parece interessante, especialmente considerando a adição do vermelho à estratégia.
O deck que iremos analisar hoje é o seguinte:
Enchantress

O termo Enchantress vem de uma das cartas presentes no deck, Verduran Enchantress, lançada originalmente em Alpha. O termo se refere a criaturas com um efeito simples: "Toda vez que você conjura um encantamento, compre um card". Esse efeito básico é o suficiente para tornar decks de encantamentos extremamente consistentes.

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Comprar cartas é um dos efeitos mais valiosos em qualquer card game, pois amplia suas opções e repõe recursos. Um card que se recicla ao ser jogado, como Remand, pode sair de mediano para essencial em diversos formatos. Agora, imagine o potencial de um deck onde cada encantamento conjurado se traduz em uma ou até duas ou três compras. Essa sinergia explica por que os decks Enchantress são tão consistentes.

Embora as Enchantress concedam compra de cartas ao conjurar encantamentos, algumas delas oferecem benefícios adicionais. Sythis, Harvest’s Hand, por exemplo, não apenas gera vantagem de cartas, mas também concede pontos de vida sempre que um encantamento é jogado. Já Setessan Champion, além de comprar cartas, cresce com marcadores +1/+1 sempre que um encantamento entra em campo sob seu controle.
Vale notar que algumas dessas habilidades disparam quando um encantamento é conjurado, enquanto outras ativam quando ele entra em campo. Isso pode ser relevante ao interagir com efeitos como Starfield of Nyx, que coloca encantamentos diretamente no campo.
Em resumo, as Enchantress são o núcleo do deck, sendo a principal forma de manter sua mão cheia. Elas são prioridade nos turnos iniciais e devem ser protegidas sempre que possível.
Suporte para encantamentos

Além das Enchantress, existem outras cartas de suporte para encantamentos. Aura Shards, por exemplo, permite destruir um artefato ou encantamento sempre que uma criatura entra em campo sob seu controle. É um efeito poderoso, mas deve ser usado com cautela, pois a destruição não é opcional.

Sigil of the Empty Throne transforma cada encantamento em uma ficha de Anjo 4/4 com voar, enquanto Archon of Sun’s Grace cria fichas de Pégaso 2/2 e ainda concede lifelink a todas elas.

Sanctum Weaver é um excelente gerador de mana, pois adiciona X manas de uma cor, sendo X o número de encantamentos que você controla.
Bello, Bard of the Brambles transforma seus encantamentos não Auras e artefatos não Equipamentos em criaturas 4/4, assim como Starfield of Nyx, que também recupera encantamentos do cemitério.

Hall of Heliod’s Generosity ajuda a reciclar encantamentos destruídos, colocando-os de volta no topo do deck. Já Wildsear, Scouring Maw concede cascata para todos os seus encantamentos, permitindo conjurações extras sem custo adicional.
Custo X

Como Samut, the Driving Force reduz o custo de mágicas, efeitos de custo X são muito beneficiados. Secure the Wastes, Song of Totentanz e March of the Multitudes são ótimos exemplos de feitiços que geram uma grande quantidade de fichas.
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Se combinados com efeitos como Parallel Lives e Divine Visitation, o número de fichas pode crescer exponencialmente, enquanto Enduring Courage concede haste e +2/+0 às criaturas.
E, claro, uma vez que Samut diminuiu o custo das mágicas não criaturas, também iremos ver as fichas de criaturas geradas por essas mágicas crescendo com a habilidade dela, gerando uma board larga e com muitas criaturas fortes.
Estratégia de jogo

No início da partida, há algumas abordagens que queremos seguir. Pela natureza de Samut, the Driving Force, cards como Burnout Bashtronaut ou Point the Way podem ser ótimas opções para o primeiro turno, gerando valor com a mecânica de Start your Engines!.
Wild Growth, Exploration e outros meios de aceleração de mana também são muito bem-vindos.

De maneira geral, o ideal é conjurar nossa comandante assim que tivermos seis manas. Sim, seu custo de mana é alto, e, infelizmente, ela não reduz seu próprio custo. Durante esse período, é o momento perfeito para acumular Enchantress no campo, como Enchantress’s Presence e Setessan Champion, gerando valor com seus encantamentos e, se possível, pressionando um pouco o oponente para aumentar sua velocidade, caso já tenha ativado a mecânica.

Por fim, com Samut em campo, é hora de executar o famoso “Go Wide”, preenchendo a mesa com criaturas fortalecidas e aproveitando a redução de custo para conjurar mágicas mais pesadas, como Sandwurm Convergence e Storm Herd.
O Deck Budget
O baralho que discutimos hoje foi projetado com um alto nível de otimização, utilizando as melhores cartas para essa estratégia, além de uma base de mana bem afinada para jogos de maior atrito.
Entretanto, decks desse tipo podem ser caros devido à otimização de algumas peças e da base de mana. Pensando nisso, desenvolvemos uma versão mais acessível da lista, que você pode conferir a seguir:
Considerações Finais
Embora eu tenha gostado muito dessa comandante, é uma pena ver Planeswalkers como Samut, the Tested, Basri Ket e Mu Yanling perdendo suas centelhas nas últimas coleções. Eles poderiam ter recebido mais destaque no jogo.
Fora isso, Samut, the Driving Force é minha escolha favorita de deck Naya. Forte, versátil, com diversas opções de construção e capaz de contornar a lentidão da mecânica de velocidade.
Vou ficando por aqui. Até o próximo artigo!
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