Spoiler Destaque: Grief no Timeless

Quando falamos de formatos com níveis de poder mais altos, é muito difícil considerar que algum card ou ciclo pode alterar permanentemente o Metagame competitivo dele.

O Timeless, por exemplo, tem vivido algumas mudanças por conta dos cards da série Special Guests, lançados em cada edição do jogo sem adentrar ao Standard e incluindo staples de formatos eternos como Mana Drain e Show and Tell - ainda assim, com tantas mágicas poderosas disponíveis, a composição do Metagame não altera tanto de uma expansão para outra, apesar de alguns cards terem um impacto mais marcante que outras.

No entanto, um ciclo de cards certamente quebrará esse paradigma com o lançamento de Modern Horizons 3 - os elementais conhecidos como Evokers, que saíram em MH2 e mudaram permanentemente a maneira como o Magic competitivo é jogado.

Sua chegada no Timeless certamente causará mudanças significativas, e uma das maiores preocupações e dúvidas referentes ao formato é o potencial de Grief dominar o cenário competitivo da mesma maneira como faz no Legacy e no Modern.

Neste artigo, avaliamos o potencial de Grief e em quais decks ele pode se destacar!

Aproximadamente dois anos após o lançamento de Grief, os jogadores de Modern, motivados pelas interações deles com Fable of the Mirror-Breaker, começaram a explorar meios de trapacear na habilidade de Evoke dos Elementais junto de cards que os pudessem retornar ao campo de batalha uma vez que eles fossem para o cemitério com mágicas como Undying Evil e Feign Death - essa estratégia, uma vez popularizada, ficou conhecida como Scam.

A ideia por trás dela era muito simples: iniciar o jogo com um Grief 4/3 na mesa após remover duas cartas da mão do oponente colocava seu controlador muito a frente a na partida, tal qual jogar um Fury como 4/4 e golpe duplo no primeiro turno, dificultando bastante que a partida não estivesse ao seu favor.

O Rakdos Scam se tornou o melhor deck do Modern após o lançamento de Orcish Bowmasters, que mitigou a capacidade do Izzet Murktide de conseguir jogar em torno de descartes muito agressivos ao ter meios mais eficientes de filtrar o topo, e logo, um banimento de Fury foi necessário para manter o arquétipo em cheque.

Hoje, ele permanece como a estratégia com os melhores resultados no Modern, e o debate em torno da permanência de Grief no formato é um dos mais recorrentes dos últimos meses, especialmente porque o card também aparece em outras estratégias, como o Esper Reanimator.

No Legacy, a história não é muito diferente, mas girou em torno da mudança de um arquétipo de combo para Midrange: o Reanimator deixou de apostar tudo em um plano de jogo só para adotar uma nova postura com counterspells e Grief junto de Reanimate e Animate Dead, permitindo-o a mesma consistência dos arquétipos de Evoke do Modern, mas com a possibilidade de jogadas explosivas com sua estratégia principal.

Para fins práticos, as variantes atuais do Reanimator lembram um pouco os decks de Delver, onde Grief - que atrapalha os planos do oponente com maestria - se torna a principal condição de vitória enquanto Daze e Force of Will atrasam as jogadas do oponente, deixando-o muito mais interativo do que seus predecessores.

O Timeless é um formato peculiar, pois ele está, hoje, no meio-termo entre os níveis de poder do Modern e do Legacy somado a uma dúzia de cards que são restritos ou banidos até no Vintage, como Necropotence, além de ser um dos dois únicos formatos competitivos onde Lurrus of the Dream-Den é válido.

É mais do que natural que os Elementais de MH2 tenham algum impacto no formato, especialmente Grief, que conta tanto com o pacote de Feign Death e Not Dead After All quanto com Reanimate e até Ephemerate para reutilizar seus ETBs várias vezes, e enquanto a possibilidade de uma restrição parece improvável (afinal, existem concessões em usá-lo como, por exemplo, abdicar de Lurrus ou Jegantha), não podemos negar seu potencial de dominar o Metagame competitivo e criar um ou mais dos principais decks a serem batidos.

Rakdos Evoke

A inserção mais óbvia seria em uma versão de Timeless do Rakdos Evoke, usando também Fury ao lado de Not Dead After All para complementar sua estratégia, enquanto Deathrite Shaman facilita em conjurá-los pelos seus valores de mana.

Jund Evoke

Uma variante de Jund, com Perilous Iteration para buscar um dos Elementais junto de algum card que possa habilitá-los, além de encontrar Fable of the Mirror-Breaker que pode copiá-los para duplicar seus ETBs.

Essa versão pode, também, adotar outros cards como Minsc & Boo, Timeless Heroes para gerar mais valor conforme a partida se prolonga.

Orzhov Ephemerate

Com Ephemerate válido no formato e a chegada de Recruiter of the Guard em Modern Horizons 3, também podemos aproveitar outra variante com Solitude e outras criaturas brancas para extrair o máximo de valor dos efeitos de ETB.

Dimir Shadow

Por fim, Death’s Shadow pode se beneficiar da inserção de Grief como outro alvo válido para Reanimate além de Troll of Khazad-dûm, e assim, extrair o máximo de valor da perda de vida para conjurá-lo cedo em uma base de duas cores, que possa unir descartes como Thoughtseize com counterspells como Mana Drain e seleção de cards com Brainstorm e Sauron’s Ransom.

Isso é tudo por hoje!

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