Pauper: Os Vencedores e Perdedores dos Banimentos de Março

A última segunda-feira trouxe uma das levas de banimentos mais marcantes do Pauper. Com a saída de Kuldotha Rebirth, Deadly Dispute e Basking Broodscale, o formato perdeu três dos principais pilares que definiam o Metagame e o desbanimento de High Tide e Prophetic Prism abre também novas possibilidades.

Enquanto algumas estratégias, como o Affinity, devem ficar tecnicamente no mesmo espaço que já possuem no cenário competitivo, outros decks se beneficiam ou são amplamente prejudicados pelas intervenções de 31 de março.

Neste artigo, analisamos os principais vencedores e perdedores dos Banimentos do Pauper, e consideramos como eles podem moldar o Metagame e quais desafios eles enfrentarão nas próximas semanas.

Gruul Ramp

Dentre os principais decks do Pauper, o Gruul Ramp foi um dos que saiu ileso da última leva de banimentos, e ainda se beneficiou das mudanças feitas porque perdeu duas partidas consideravelmente ruins para ele, enquanto mantém o seu principal pilar, Writhing Chrysalis.

Além disso, a expectativa é de que, além da permanência do Affinity e talvez do Jund Wildfire, o novo Metagame seja definido principalmente por decks Blue-Based como Faeries, partida que o arquétipo está tecnicamente favorecido contra hoje.

Outros potenciais vencedores, como Boros Synthesizer e Ephemerate Tron também são estratégias relativamente positivas para o Gruul Ramp, mesmo que possivelmente forçando algumas mudanças no maindeck para melhor comportar jogos contra Tron.

Faeries

Faeries não apenas escapou ileso dos banimentos como também se beneficia de um Metagame mais lento onde jogadores podem precisar de turnos de setup, pois pode causa uma pressão inicial e, em seguida, iniciar jogadas de Tempo para atrasar os turnos do oponente.

Sem a necessidade de eficácia de mana em excesso, é possível que Faeries volte para as listas Dimir como principal variante para ter mais abrangência de respostas, especialmente contra Writhing Chrysalis ou as criaturas do Affinity. Versões Izzet devem surgir se os Blue-Based crescerem demais no Metagame, e o Mono Blue pode manter-se no formato aproveitando o novo desbanido High Tide, ou caso a melhor opção para jogar contra o formato seja “ir por baixo”.

Blue Terror

Tal qual o Faeries, as variantes de Tolarian Terror também não perderam nada com os banimentos e ainda ganharam o benefício de não precisar se preocupar tanto com jogos não-interativos ao ponto de focar apenas nas versões Mono Blue — apesar dessa ser possivelmente o lar desse arquétipo para se apresar de um Pauper que estará alguns turnos mais devagar agora.

A disputa entre os Blue-Based será um dos pontos centrais do formato nas próximas semanas, pois definirá quais slots serão mais importantes nos Sideboards ao lado de Pyroblast: efeitos como End the Festivities e Cast into the Fire, ou remoções como Extract a Confession e hate de cemitério.

Boros Synthesizer

Com o fim do Kuldotha Red e do Broodscale Combo, o Boros Synthesizer e suas variantes se tornam automaticamente um dos melhores decks proativos com Experimental Synthesizer do formato e não possui mais uma partida cuja derrota era quase garantida.

No entanto, o caminho não será fácil: Gruul Ramp é um arquétipo que se apresa tranquilamente do Synthesizer e o Tron foi um dos decks agraciados com o desbanimento de Prophetic Prism e também é uma partida muito ruim para o Boros — resta saber se a sua partida positiva contra Faeries e potencial de fazer trocas eficientes contra Affinity compensarão essas partidas ruins.

Ephemerate Tron

Sem Kuldotha Rebirth + Goblin Bushwhacker para colocar uma pressão absurda e o retorno da sua principal ferramenta de consistência de mana, o Tron pode certamente voltar ao Pauper competitivo e ser um deck relevante no Metagame.

Tal como o Boros Synthesizer, entretanto, seu caminho não é dos mais fáceis. Os Blue-Based são um dos seus predadores principais no Metagame atual e os arquétipos contra os quais o Tron tende a se apresar estão em Tiers mais baixos do formato, e mesmo que o Boros Synthesizer possa crescer, outros Midranges do formato, como Affinity e Jund Wildfire, possuem respostas muito eficientes e/ou um clock rápido ao ponto de pressionar o oponente muito cedo.

Mas o Tron permanece como um dos potenciais vencedores do novo formato. Afinal, é melhor ter a chance de existir e ser um Tier 2 do que não ter a menor chance de fazer bons resultados com alguma consistência no Metagame.

Broodscale Combo

O deck está morto. Próximo.

Mono Red

O Kuldotha Red como o conhecemos deixou de existir com o banimento de Kuldotha Rebirth, mas diferente do Broodscale Combo, não é possível afirmar que o Red Aggro está morto no Pauper — ainda existe uma base muito sólida de criaturas e artefatos que podem criar um arquétipo com ampla sinergia, como Clockwork Percussionist, Experimental Synthesizer, Goblin Tomb Raider, Voldaren Epicure e é possível adicionar cards como Improvised Club e Goblin Blast-Runner para mais interações.

Seu potencial explosivo, entretanto, foi consideravelmente reduzido e é possível que jogadores precisem encontrar novos cards e meios de construir Mono Red Aggro no Pauper, seja voltando para as origens de Burn, fazendo como algumas listas e incluindo Kessig Flamebreather e Thermo-Alchemist, ou buscando interações com Goblin Grenade em um deck mais voltado para essa tribo.

Bogles

Bogles é um arquétipo que se beneficia muito de Metagames pouco interativos, ou onde jogadores estão preocupados demais em lidar com arquétipos específicos e esquecem de focar nele. O cenário pré-banimentos era muito favorável para ele porque ele naturalmente teria uma partida positiva contra Kuldotha Red enquanto poderia ganhar do Broodscale combo na “corrida”.

Agora, com o formato mais lento e uma possível ascensão dos Blue-Based, Bogles terá muita dificuldade em se estabelecer como um dos melhores decks e deve voltar para a posição de quem faz resultados em ambientes despreparados, ou caso o Metagame fique menos interativo novamente.

Dredge

Tal qual o Bogles, Dredge se apresa de Metagames não-interativos, ou onde o hate de cemitério deixa de ser prevalente nos Sideboards para abrir espaço contra arquétipos mais populares.

Com a redução de necessidade de respostas para Red Aggro ou outros combos, e a possibilidade dos decks de Tolarian Terror serem um dos melhores decks do atual Metagame, é provável que hate de cemitério se torne mais importante — somado com o acréscimo de interação de pilha com a ascensão dos Blue-Based, podem ser tempos difíceis para o Dredge.

Pactdoll Midrange

As diversas variantes de Pactdoll Terror tomam um strike considerável com a perda de Deadly Dispute porque ela garantia acesso fácil a para o Black Gardens enquanto também tinha interações com o novo card para drenar vida do oponente.

Diferente do Affinity e talvez até do Jund Wildfire, os decks de Pactdoll são bem mais dependentes da criação do Tesouro para suas interações, e cards como Fanatical Offering já costumavam ser usados no maindeck de qualquer maneira, removendo potenciais substitutos viáveis.

É possível que o deck sobreviva, mas também será necessário avaliar se ele ainda faz o suficiente para valer jogar com essa variante ao invés da mais tradicional com Avenging Hunter — em um primeiro momento, parece que não vale.

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